De fato, ele.

Ele, de fato, mudou-me.

Aterrissou em meu território sem pedir licença pra entrar e voou com audácia sem perguntar se ao menos podia.

Ele foi o “rock'n roll” mais enrolado de acordes, que nem os solos de guitarra me conquistaram desta tal vez.

Porém ele tocou.

A alma.

O interno.

O ínfimo.

Fez de mim melancolia, meu predileto vicio.

Fez de mim páginas de um livro erótico.

Fez-me em seu entorno, me tocou em seus palpites.

Ele de fato mudou o todo. Fez do todo, tudo nosso “dois”.

Ele foi mistura de Paulo Coelho e Clarice, ele me fez romance e guerra.

Ele me fez confundir as cores que iria pintar a parede, um misto de cinza e rosa entre meus cabelos e os dele.

Ele auto tatuo-se em minh'alma, e da saudade me fez apossar.

De fato apenas ele me traçou por inteiro,

De um jeito único só dele de me olhar por de lado e apreciar meu batom nude.

Ele também mudou, não encontro mais bolero em nossos poucos trocadilhos de palavras.

E dessa overdose, tiro apenas o não estar em mim, deleitando apenas aquele último romance nosso: tu.

E, mas quem sabe ele não passe por aqui e nos veja de novo.

Ainda é tão cedo, afinal.

Marinara Sena

03/04/19

15:02pm

Marinara Sena
Enviado por Marinara Sena em 04/04/2019
Reeditado em 23/05/2021
Código do texto: T6615141
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