Ah esperança!
Que corre sorrateira à morte.
Desprevenidamente.
Tentando dar rasteira em sua supremacia incontestável.
Tão inocente a ponto de se surpreender com seus próprios abalos sísmicos interiores.
Tão ignorante a ponto de desdizer o que a emoção pode lhe trazer como infortúnio.
Cata os cacos do seu mundo interior salvífico...
É a última que morre!
Tão cruel, a ponto de se culpar pelo que vive.
No reflexo do espelho aparece aquele sentimento disforme, 
Que se questiona sem cessar:
Até onde vale a pena colar?
E num piscar de olhos do coração,
Um deslize qualquer na sua direção
a razão agitada sufoca a emoção.
E quem disse que viver é fácil?
Quando se despede a esperança
No fuso horário do tempo
Marca hora a saudade:
Acalentando a alma que concebe.
Registra-se plena, embora apática.
O tempo é crescente e finito,
Mas a esperança casou com ele.
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 05/04/2019
Reeditado em 05/04/2019
Código do texto: T6615779
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