Prefiro a loucura de alma lavada, esbranquiçada, ditando as verdades, sem nenhuma preocupação com o conceito social arbitrário.

Prefiro o odor desagradável da crítica contundente, que o perfume falsificado impregnado nas entranhas de quem te espera dar as costas para cuspir verdades escondidas nas tetas dos que amamentam a alma em cima do muro.

Prefiro subir degraus da maturidade, olhando cada um calmamente, a ter que pular de dois, eliminando fases, e chegar primeiro sem ter conhecido o trajeto inteiro.

Prefiro um dia nublado, com cinzas para todo lado, que um sol tirando a hidratação que resistiu ao tempo e se resguardou.

Prefiro um não na hora certa, prefiro cair sem ter chão, prefiro estrelas de ponta cabeça, prefiro casa e comida sem ser sã.

Prefiro ser assim, um ser pequeno, mas repleto de gratidão. E isso não faz volume.

Prefiro ser completo do que andar vazio.
Prefiro andar na chuva e viver os reflexos no caminho.

Prefiro até a solidão, mesmo na companhia de um vinho ou de uma borboleta ou passarinho.

Prefiro a curva e um desalinho.

Prefiro a vida e vou indo,

Apesar de, ponto.
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 06/04/2019
Código do texto: T6617040
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