Depois da felicidade
A alma toma um café amargo.
Pra resgatar o paladar apurado
E tomar nota dos sentidos,
Que se esgotaram,
Quando a plenitude fez presença
Naquele instante!
É passageira a passageira.
A passageira é passageira...
Sem tocar os pés no chão
Foram demitidos firmeza e equilíbrio
A fragrância convocou a desilusão
Para desacelerar os batimentos
Deixando sua essência intoxicada
A felicidade que era estado
Parecia mudar de lado.
O aroma que lhe devolvia a ternura
Na acidez viu o seu furor
Buscou respostas indecifráveis
Na língua
À míngua
Invisível!
O sabor que era doce...
Agora, Amargor!
De sobras da nostalgia
Encorpado!
Depois da felicidade,
Só se vê resíduos.
A xícara tinha asas...


Uma homenagem ao amigo do RL, Raffert . A quem indico leitura. O texto vem como resposta à indagação de Clarisse Linspectot: O que vem depois da felicidade.
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 06/04/2019
Reeditado em 06/04/2019
Código do texto: T6617102
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