Poesia é alma lavada posta pra secar na varanda.
Vem o vento e sopra.
Vem a poeira e cola.
Vem o sol e queima.
Vem o tempo e seca.

Poesia é razão emocionada.
É também um grito no silêncio mais profundo.
Poesia é profusão.
Poesia é dor revelada.
É a seca e a água.
É o tira-teima da emoção.

Poesia é risco.
Poesia é cisco.
Poesia é ilusão.
Poesia é concepção, é enterro, é condição.
Poesia é tanto que o tampouco faz dela um perigo

Quem tem poesia corre risco
Quem é poesia, é um risco
Quem faz poesia está em risco
De se fazer revelar
Lá no alto daquele morro
Podia não ter boiada
Mas tinha um ser pensante
Que não abortava a estrada
E enxergava no tempo a sua amada

Poesia é alma lavada
Posta pra secar no varal suspenso da lavanderia
Num cubículo, ar restrito
Prisão de quatro cantos

Ah poesia ... Faz do pranto
Uma centrífuga.
E seca,
se seca,
desseca.

Poesia é perigo
E quem se aventura é periculoso 
Lá vem a rocha, pula
Se esconde
Queda livre
Poesia escorregou
Despencou
Caiu
Quebrou
Mas só atingiu coração
O paciente passa bem
A paz ciente também
Mente, demente, ciente
Mosaico!

Vai poesia, corre...
Te dou cobertura.
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 11/04/2019
Reeditado em 11/04/2019
Código do texto: T6620773
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