Na madrugada,
vou para o terraço,
curiar a tempestade,
relâmpagos e trovões,
assombram automóveis,
as arvores tremendo de medo
com o assovio do vento,
o céu riscado de raios,
fica mais céu,
no céu de São Paulo,
o medo do vento indomável,
me remete ao sul do Ceará,
casa materna,
lá em Juazeiro do Norte,
bastava uma chuvinha safada
pra Dona Quininha em pânico
acender suas velas e rezar
queimar palha benta
para a chuva acabar
invocando o santo de proteção
"Valei-me meu Padim Ciço Romão".
Aqui na tempestade
observando os raios
voz humana alguma
somente eu
na madrugada paulistana
entre raios e trovões
buzinas e sirenes
falando comigo mesmo.

 

Autor Benedito Morais de Carvalho

OBS-Plágio é crime