Dor que corrói e dias intermináveis

Dor que corrói e dias intermináveis

Passa hora, hora que estaciona

Minutos contados em infinitas recontagens

Estagnação, inércia e sobrevida

E viver é dor que corrói

Nas lamúrias e entrelinhas vãs

Uma felicidade eu inexiste é tão presente

Torna-se objeto e objetivo

Fixação doentia pelo subjetivo

Enquanto viver é dor que lancina

Meus minutos, mente que jamais se cansa

Nem tampouco produz algo belo

E em inenarráveis formas, sucumbe a autodestruição

Para lamentar a incredulidade de nada ser

De nada existir

A não ser a mera percepção do outro

Mais uma lágrima

Vermelha tal vinho, viscosa tal sangue

A pele perfurada, porfiria alastrada

A mente doentia

Que busca incansavelmente o descanso da morte insopitável

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 16/04/2019
Código do texto: T6624923
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