Sapato faminto

Beira o quase

Parte de nada

Contido em tudo

Permeia ao breve

Antes do passo

Sapato de pressa

Engole o asfalto

De novo ao novo

Engana o ato

Por outro se opõe

No seu próprio passo

Fermento é  instante

constrói e cresce

Para o próximo presente

Futuro utópico

Ao qual se entorpece

Embreaga e se esquece

Que a única certeza

É da hora que foi embora

De havaianas na calçada

Não alcança o vigésimo andar

Todavia se encontra

Na rua de lá

Do outro espaço

Mais perto da volta

De laço amarrado

No calcanhar pendurado

Se repete a volta

Não última

Nem primeira

Não em festa

Sobre a beira

Do quase

Que tudo é.