Tem hora
Na sua amargura
O boi não puxava
Era a carroça que empurrava.
Assim também o poeta
Seu poema declamava,
Na solitária madrugada.
A sentença a vida dá,
Como num final de festa
Que a luz entra nas frestas
Dizendo que é hora de parar.
Como a bola que foi fora
Sem tempo para o lance recomeçar
Por mais que se tenha pressa
O Juiz tem o controle
Como futebol ou vôlei
Tem hora para acabar.