Retalhos
-I-
Que se aceite o amanhã
A noite ficou para trás
Suas estrelas também
Hora de seguir
É preciso ir além.
- II -
Olhos atentos procuram
Distante a eternidade
Pedaços de futuros
Alavancados em verdades.
-III-
Eu também sinto
Não difere em mim.
Os diferentes se assemelham
Nos internos que se tem.
Conheço, em verdade
O que você conhece também.
-IV-
Nestes dias que a lua é lua
Que estrelas nada além são
A noite se torna tão escura
Que a alma quer amanhecer.
-V-
Meu primeiro verso é humano
Cheio de falhas.
O segundo é alma
Que é acolhido por Deus.
-VI-
Não foi o amor
que nos destruiu
Bastava que a noite nos unisse
Mas não anoitecemos
Tornamo-nos música
De despedida
E de partida.
-VII-
Viver é caminhar para a morte
-VIII-
A árvore era poesia
A ganância a derrubou
E no papel que resultou
Com que alegria o poeta atuaria?
Em fazer poemas qual poeta se alegraria?
-IX-
Meus olhos fazem uma estrela brilhar
Destacar-se na constelação
Todos apagadas
Só ela que não.
Não escrevo por ofício
- Os olhos que vejo são só meus-
Arrefecido afastei-me deste vício.
Para nada serviam os meus poemas?
-X-
Apresentei melhoras
Sorri!
Mais um dia.
Sobrevivo!
É presente Divino.
-XI-
O que me define é o coração.
Tudo o resto é supérfluo.
-XII-
A gente cresce para sentir saudades da época em que se queria crescer.
-XIII-
Que a noite nos embale sempre em sonhos que se unam pela mesma força e pela mesma vontade.
-XIV
Só atitudes valem; palavras são manifestações sem importância.
-XV-
E já que tudo passa
Aceito uma taça
Meio bagunçada
De amor ou cachaça
-XVI
Sempre o silêncio é maior do que as palavras, pois sempre fica algo sem dizer.
Consciente ou não os segredos, ao menos, alguns se calam eternamente.