A POESIA
A POESIA
(Progaires Martins)
Vieste livre
Sem pedir licença,
Qual raios de sol
Nas manhãs de maio
Sobre o capinzal
Ou sereno fresquinho
Sobre as roseiras
Que logo espelham
Seus cristais de orvalho.
Pois é,
Vieste assim
Livre, bem solta,
Em qualquer hora
Em qualquer lugar,
Sem métrica
Sem rimas
Sem linguagem culta.
Vieste bem simples,
Ah! vieste também
Molhadinha de riacho
Trazendo canto
De passarinhos,
Vento das árvores,
E o cheirinho das flores.
Vieste trazendo
Lembranças,
Brisa ao fim da tarde,
Brilho de luar e estrelas
Ao anoitecer.
Querida poesia,
A tua sensibilidade
Indescritível,
É agradável,
Apaixonante
Até mesmo na tristeza
Ou na alegria,
Quando o poeta
Ou a poetisa,
Um ou outro,
Num profundo ato de amor,
Consegue te conceber.
É assim,
Entre canetas, papéis,
Óculos e mãos,
Que nascem os teus versos,
Que ajudam a cura da alma,
Da autoestima
E fazem ressuscitar
O prazer da vida.