Cilada?

Cilada?!

Não, cilada não!

Podem me intitular piada.

Uma daquelas sem graça.

Uma piada para escapar da descarga...

Um solitário de praça...

Talvez...

Um mosquito de bar...

Vai saber...

Um delirante divagando na desgraça.

Uma cova rasa...

Ou uma mulher pelada na encruzilhada...

Cilada não!

Nunca fui afeito a esse tipo de diversão...

Nem assisti novelas ou programas de televisão...

Cilada não!

Cilada é uma armadilha no fim da picada.

Uma daquelas pitadas venenosas de quem não espera nada além de uma maldita aventura malfadada.

Cilada é uma piada sem graça...

Comida estragada...

Uma cagada num vaso sanitário entupido!

Prejulgar é uma diversão daqueles que se alimentam das falhas alheias e se veem súditos de entidades supra-sensoriais canalhas.

Quem disse isso não sabe de nada!

E havemos de nos encontrar no final da estrada...

Mas Cilada não!

Se quiser, pode até me chamar de cão...

Mas cilada não!

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 30/04/2019
Reeditado em 30/04/2019
Código do texto: T6635536
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