Em boa hora

Aquela hora do dia nem uma alma viva a perambular pela a rua

A cidade estava quase morta ao meio dia a cidade dormia

O vento brincava com as folhas amareladas das castanheiras

Varria as velhas pedras da rua e gira com as pás do cata vento.

Um bêbado dormia na praça a igreja mantinha-se aberta

Convidava os transeuntes alguém que por ventura passasse ali

Naquela hora talvez um forasteiro uma alma de outra localidade

Que não sentisse a necessidade e fazer uma boa sesta.

O tempo se arrastava não tinha pressa dormia com a cidade.

A tarde era um sol solitário a deitar-se sobre as casas sonolentas

Só a necrópole animava-se com mais um morador àquela hora

Gente levando resto de vida a sua perpetua morada.

Desejo de defunto que dantes fora feito em vida a família do morto

Querer ser plantado ao meio dia a hora que a cidade sonha

Pedido feito desejo cumprido e a chorar pelo o olvidado o seu cão

O sentimento mais puro e leal presente ali no campo santo.

Edivaldo Mendonça
Enviado por Edivaldo Mendonça em 02/05/2019
Reeditado em 11/05/2019
Código do texto: T6637751
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