pra quê escrever? 
se a folha em branco me define,
pra quê entender?
os meus vazios me definham,
pra quê se esconder?
está traçado seu destino ...

correria atordoante e sem motivo,
sentiria a dor do antes se ainda estivesse vivo 
sente-se: iniciaremos com os frios, depois carnes
suculentas, avermelhadas com o sangue
dos que matam a sangue frio ... 

_ quanto vale esse carnê? 
_ vocês recebem em sorrisos?
minha bermuda não tem bolso
e já tem mais do que eu preciso,

como e cago, depois me estico ...
hiberno feito um morto,
tombo e caio, continuo rústico, 

no entanto não me julgo rude,
mude, saia do estado crítico, 
estude, pessoas ao teu lado
nem sempre são verídicas,
escute-os, os outros, não eu ... 
não tenho nada a ver com isso.