NÃO SOU POETA, SOU O MAL
Por favor, não me chamem de poeta,
essa palavra abjeta,
indiscreta,
não concreta.
Me é muito abstrata
e meu mundo não flui tão longe
como as cabeças enforcadas
desses delirantes das palavras.
Eu sou antes, um meliante
que roga praga nas palavras,
cospe chamas nas páginas
como os dragões enfurecidos em peito.
Não respeito porra nenhuma:
Na minha prosa - prosa concreta -
mesmo escrevendo em versos
não são a poemas que me destino,
só forma.
O ritmo de sua dança é gostosa,
mas a letra da minha música é marginal,
leprosa,
ler prosa...
teimosa!
Minha letra é manchete de jornal
para vagabundo viciado que acorda
numa segunda-feira de ressaca e diz:
"Porra, não tem papel!...
Vai esse sujo de merda mesmo."
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