Cinzas ao vento
Vinde contemplar o meu pranto, silencioso e solitário
Melodiosa paixão cresce em pesarosa lentidão impregnando o meu ser
Deixa-me indefeso, mergulhado em mística incerteza
Encontrei a poesia sonhada, a personificação do divino Amor
A divindade confinada em frágil corpo, inconsciente da sua singular majestade
Teus olhos fulguram os céus eternos e ofuscam o que é efêmero
O destino nos uniu, mas parece demasiadamente tarde
Ó vida traiçoeira, por que me impõe tão perversa ventura?
Pesa em meu peito o carinho que não posso manifestar
E secam em minha alma as flores que não posso ofertar
O que faço com todo este sentimento?
Pudera eu poder queimá-lo, reunir suas cinzas e lançá-las ao vento
Espalhando assim, pela vasta terra o que tenho de melhor em mim
Meu inefável Amor...
Março/2000