O amor de sempre
Nada há de tão generoso
quanto o amor desinteressado
sem desculpas que o justifiquem
sem razões que o expliquem
sem imagens que o realcem
sem os versos que exaltem.
nada há, de mais autêntico
que o sentimento guardado
no mais íntimo do ser.
sem expressão possível,
a não ser, a de uma oração
ou de uma singela canção
sem o intuito de agradar.
tudo quanto o ser amado, talvez,
jamais ouvirá...
e, se houver algum indício
estará implícito no simples ato
de caminhar em direção
do objeto se seu coração
no dia-a-dia banal
quando tudo for isento de alegria
ou de emoção...
quando a poesia for o supérfluo
guardado entre as páginas de um livro
fechado
quando uma simples presença confirmar:
"estarei aqui, sempre"..
tempo indefinido e definitivo...do querer.
sem que se precise perguntar...ou saber.