Aquele filme

Dia a dia, no tempo do mundo/

Assistimos passivos, do leito cativo da alienação/

Sem qualquer escrúpulo e humanidade/

Os reis e os senhores venderem nossas almas/

Por suas ambições/

Nas suas ideias, alguém tem que morrer/

Pra enriquecer as mãos dos que não tem mais coração/

São donos vitalícios, de um poder sistêmico e doentio/

Quais viralizam nas manchetes, de jornais e revista como sensação, sobre a dor da perda/

Ainda se pode ouvir, sob a terra argilosa, os gritos desesperados ecoando/

De Mari a Ana/

Viu-se no seio vasto de um país que anunciou os capítulos dessa mísera dor/

A identidade da irresponsabilidade e da corrupção/

Mas a justiça calou as opiniões com divergências de punições/

Enquanto mais um sentimento de omissão abraçado a burocracia adormece/

No colo praxe dessa impunidade/

Não obstante, senhores do luto e da exploração na história/

Perturbar a memória dessa terra/

Filhos de mesmo pai e mãe/

Em benéfico próprio/

Pelos mesmos tratados do passado/

Assassinam com políticas, descasos e falta de respeito os cidadãos/

Mais exposto do que ontem/

Nas lágrimas da saudade e das mesmas condições da dor, vê-se Brumadinho/

Protocolando com normalidade as perdas ao futuro/

Enquanto o povo não sabe pra onde ir/

Enquanto não conhece as suas responsabilidades/

Tão pouco tem os seus direitos respeitados/

Apenas verá soerguer sobre os corpos a bandeira da hipocrisia repousando no silêncio/

De uma nova tragédia/