Metade de uma noite azul

apluma tua alma

simula por completo uma garoa de luzes

para quebrar o gelo do vestido.

o vento espalha a realidade pelas sardas

o mesmo vento curiosamente

atravessa o outono dos seus quadris.

do chão levante dois sentires

inquieto e perdido sob a luz adequada

como uma cor que se curva com a brisa

até perder todas as suas forças.

chovem dias, chovem noites.

entram com seu nome nos lábios

mais do que posso contar.

se tivesse uma vida, te convidaria para viver comigo.

embriagar-me-ia da posse, da gratidão.

como fazem os verbos.

se tivesse duas, te expulsaria.

no lamento de todas janelas

como fazem os ventos.

com tempo para lavar passar cozinhar rezar

e ainda ser sensual, na altura certa

sem remorso sem borrar o batom

é algo superior a não ser uma boa garota.

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 10/05/2019
Código do texto: T6643600
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