Finitude

Eu falo da finitude das coisas

do ciclo da vida

Da geometria de sua barriga,

astro supremo

na órbita.

Prefiro as coisas inúteis.

Um lugar pra agasalhar os meus sonhos.

Uma forma de capturar as estrelas.

Um lugar para embalar as lembranças e levá-las sempre ao recomeço.

Muitos ventres pariram o mundo,

os astros, as revoluções e as coisas inúteis.

Prefiro a inutidade das coisas

A existência do afeto,

a dureza do cuidado,

a liturgia das horas, sem tempo perdido.

Prefiro a inutilidades das coisas.

O aprisionamento do tempo

no eterno agora dos meus pensamentos.

Pois, a finitude do ser é o não ser.

E sendo assim há de parecer que nunca teremos fim.

Só há de parecer.