ESCANTEIO
Ando devagar ao redor da casa vazia...
Há o lodo verde musgo entre a pedraria
do muro que divide as outras cercanias.
Sigo e paro. Digo e repito uma ladainha
silenciosa: um tipo de lamentação esquisita.
Ando veloz ao redor, nesse quase meio-dia
mesclado, quando a gilete gelada do vento
tosa os plasmas da alma vizinha do relento.
A fumaça do caminhão de mudança não muda
o endereço da minha tempestade. E a moldura
da tarde encosta a sua costela morna e assopra
um vapor suave do alho que tempera esse agora.
Entro ansioso pela varanda. Abro o drive em branco.
Bordo os nãos do verso. E lanço as certezas no canto.