Caixote de flores


Garanto que ela cresceu,teceu com terra e tinta,
Um caixote de flores e cores;
Conheceu coisas,e as coisas doem,
Janelas e portas doem,e fez um soneto
Muito mais duro ,e o fez em papel de pão!

Garanto que ela cresceu;E calou de susto
O sustento diário,e gastos foram,seus cântaros 
De cônfora,aloés e sândalos e mirras;
As coisas foram gastas,seus amores,e a pressa do cio;

Garanto que se fechou,e caixote de flores,deixou junto
Dos pomares de romãs,e de algumas flores mais azuis;
Fez com que o céu fosse sempre azul,e conheceu a noite,
E abriu toda,como jamais viu,reparou que haviam estrelas
Nela todas,e fez nova partida,de um passo de dança celebrou;

Era fugidia e aflita a noite de estrelas,conheceu amor de moço,
E pegou seu caixote de flores,e chorou no pomar de romãs;
Embora na disessem,que ela cresceu,justamente eu;
Garanto,eram azuis o caixote de flores,que nunca existiu;
Gastos os sonhos,só sei que partiu,mas vi,uma pétala
De flor azul,bem no meio do pomar de romãs,pertinho do sabugueiro!!



(Ofereço esse poema a Lyzzi,grande poetisa e cantora preferida com solo de violão)


 
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 19/05/2019
Reeditado em 19/05/2019
Código do texto: T6650803
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