Braille
Quando leio teu ser,
na geografia de teu corpo,
meus dedos vão dedilhando teus mistérios,
sentindo teu cheiro no sal do suor do amor.
E, assim,
teu néctar vai servindo de colírio
para o cego de tesão,
auscultando tua pele,
embevecido pelo manto negro sobre tua cabeça
e pelos faróis de íris,
digitando poemas de Neruda
e seguindo ensinamentos de Ovídio
na arquitetura curvilínea de teu corpo.