PASSOS VAZIOS

O caminhar no mundo

É demasia dos que procuram,

encanto dos que esperam,

necessidade dos que buscam,

os percursos dos que se perdem.

O trafegar na existência

emaranhado nos fios que cortam,

a vida que transborda, os caminhos inatingíveis.

A graça de sempre ir, a distância da terra natal,

indigência dos perdidos, dos bêbados, dos loucos, dos desabrigados,

dos revestidos em solidão, dos não definidos, dos que pararam de contar o tempo.

O caminhar, este, de agora, versando teus pés enlameados,

tua essência perdida, tua boca sem desejo, teu corpo transfigurado,

Caminhas, oh, ser desiludido.

Caminhas até a terra acabar.

Caminhas em busca das águas,

do mar, dos rios, do oceano, da primeira nascente.

Templo de contemplação, templo de não mais andar, templo sem esperas

templo para descansar.

Lugar que não se precisa mais caminhar.

Espaço que não exige respostas.

Espaço no qual paramos de datar, o caminhar, o tempo, a vida e nós.

Jailson Anderson
Enviado por Jailson Anderson em 20/05/2019
Reeditado em 01/07/2019
Código do texto: T6651667
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.