Calada
Não tema quem arma ciladas
as calunias que por vir estarão
nas demais mentiras e rosas
que de ti fazem questão
empunhando velas ou armas
nada que assegura é concreto
tende somente o medo
rasurando o que estava certo
não venha cego por justiça
nem por nós mova moinhos
dêem mãos aos comedidos
ou braços aos desarmados
e fé aos descrentes
não negues tua graça
tua crença
tua magoa
se calem vozes sombrias
compartilhem do meu abandono
a tristeza que beira calada
o progresso da vida parada