se não escrevesse o q' quero
e me ativesse a aquilo q' queres,
não seria quem sou,
se escravizasse minha mente
e me atrevesse a compor
um monte de fezes,
não seria tão bom
mas seria quem sou,
meu Deus, pr'onde vou?
corro e me escondo por vezes,
por outras apenas lhes dou
a cara tapa, força x massa =
acelera, pisa fundo ultrapassa,
pega esse lixo e descreve ...
sai desse nicho ou se mata,
me sinto mais vivo a cada
facada levada nas costas,
como é possível ...
tornar-se invisível e enxergar tudo em volta?
verso imprevisível ...
quando menos espera escrevo mais bosta,
letras que fedem ...
junta tudo na mala e joga num rio
deixa q' a natureza o transforma,
quero ouvir nem um pio
dessa sua revolta,
quero ouvir mais sorrisos
e soltar dessa corda
que me prende a delírios
e constrói essa casca por fora,
esconde o que leva lá dentro ...
desconte na conta, mais um veneno,
dormirei algumas horas,
entro em sonhos ...
te vejo lá dentro,
mas ao fim ...
sempre vais embora.