ÉRAMOS

Éramos sete,

Seis,

Nem isso...

O que mais diria que não insuflaria...

peço a transparência dos fatos,

Um coração translucido

Colo,*útero,

Um abraço macio...

Tu me amarias,

Por amor tudo mais nos garantiria.

Ou, pudera não existir a consciência dos pés,

E de tal existência eu não saberia.

“Talvez felicidade seja dormir”,

Talvez seja difícil dormir com medo, com frio,

rotinas de amanhecer em uma poça de urina...

Foi indo, foi indo...

-Amanheço admirando o romper do horizonte,

Absorvendo o aroma dos trilhos...

Atravesso canteiros,

alguns sem lírios, quem sabe amanhã...

Vou indo...

A existência não parece indiferente,

tem sido.

- Meus pés, se ao menos fosse nostalgia,

logo passaria.

Mas, olha aí os mortos bem vivos

fazendo girar a manivela do antigo desafeto,

só se salva quem é filho.

E o rangido estridente ecoando dos cinco!

Talvez por isso os pés tenham memórias e gritem...

Vera Lúcia Bezerra
Enviado por Vera Lúcia Bezerra em 28/05/2019
Reeditado em 28/05/2019
Código do texto: T6659057
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