Soneto à Indiferença

É estranho sentir isso

Sentir a falta de quem não sente a sua

E lembrar sorrisos de quem já te esqueceu

E querer o bem de alguém que já não lhe quer nada

É estranho pensar nisso

Pensar na vida de alguém que agora só pensa em si

E chorar por alguém que sorri de muito longe

E sorrir por ver que essa pessoa não chora

É estranho passar por isso

Essa guinadas que a vida dá em seus rumos tortos

Tornando-nos irrelevantes a quem já fomos “tudo”

É estranho saber disso

Saber que por mais triste que sejam esses versos

Não fariam rolar uma lágrima sequer em quem os fez nascer em mim