Lamentos de uma noite de inverno

À noite, a lua envolta

Em milhões de olhos, procura

Nas ruas vazias, captura

Em síntese, a história

Os dias idos e vindos

Que bem os trazem, ao vento

Que desconhecem, em desalento

Desamparados

Um breve relance

A noite açoita

As minhas lembranças

Como um mero fragmento

Do escuro

São meus olhos que me traem

As estrelas fatigadas, inverno dourado

Desponta do céu, cai lá de longe

Pedaços de melancolia, do céu despontam

E revolvo nas paredes, os fragmentos

Meus cabelos mórbidos, minha pele frágil

O vazio das nuvens me consome

Doce noite voraz

Cidade inconstante, com seus passos

De miséria, de palavras mortas

De lembranças tortas

As paredes me esqueceram

As memórias cospem suas dissoluções

Tudo é um absoluto silêncio

Na vazia rua, todos procuram

Seus pedaços

Já é tarde , e a noite secreta

Canta suas tristes canções

Aos homens do mundo

Aos resolutos

Aos melancólicos

Aos já proscritos

Doce noite fugaz

A minha vista,

tudo conhece

A Cidade inconstante

Ruas vazias

Esparsas esquinas

Todas elas

Irreais

Wilde
Enviado por Wilde em 31/05/2019
Código do texto: T6661687
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.