Ultimato

Visto-me a pressas e percorro

De minha casa à esquina de uma lembrança morta

A rua vazia está frenética

Nem um pedaço de história, as canções

Retratam o abismo

De um céu sempre em chamas

Despedaço-me às pressas e percorro

Todas as minhas entranhas, onde o segredo

Se revela

Poeta dos velhos dândis

O meu desejo é alcançar, o que só

No amplo azul do céu puríssimo

Desconheço

Nesse chão de asfalto

Onde as plantas desfiam suas raízes

Em rochas de miragens, não há sequer

Jacintos, flores de lis

Nada aguardo

Os ponteiros, as hordas do tempo, sempre a vida

A vida!

aos meus olhos mostrou-se

Como um vinho amargo que mal sinto o gosto

As hordas da noite se fecham

E meus anseios, as paixões enterrei

Numa cova fria

Penso

Que já é a hora

Quando as pálpebras fecham e o coração

Aperta sob o pulso

Fria harmonia

A noite já se pôs

E o vento não traz

Nenhum pedaço de bom-senso

Wilde
Enviado por Wilde em 01/06/2019
Código do texto: T6662046
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