19:45

Em algum ponto da rodovia, 19:45, cinco horas e meia de tédio na estrada, minhas costas doem.

Com pouco mais de 1000 semanas de vida, essa não deveria ser uma queixa fazivél, ou dizivél.

As outras queixas também não!(?) As quais dizem respeito as "choices" de agora sobre o futuro...

A vergonhas invergonhavéis das cogitadavéis perguntas dos dialógos mentais me dão uma terrível vergonha alheia de mim mesma.

Os padrões antiprototípicos do mundo levantam a poeira das cinzas desses questionamentos todos que faíscam da massa cinzenta.

As costas doem... Talvez gritem tanto pelo tanto que ficam caladas. Talvez eu ensurdessa tanto pelo tanto que não ouço nada.

O que fazer? Amanhã? Semestre que vêm? Ano que vêm? Década que vêm?

Por que tantas questões agora com o uso dos porquês, s,c, ss ou ç, será que vai dar? será que vou dar (certo)? para onde estou indo? O quê eu quero? Eu tenho que querer? Quem vou estudar? O que vou estudar? Pra que vou estudar? Não seria melhor dar, dar cria logo?

Já são 19:58, as costas doem ainda.

Geração errada.

Tempos líquidos.

Imediatismo.

Falta de resiliência, principalmente sulistas brancos.

Não disquei a internet discada quando batia a meia-noite.

Não namorei, namorei por cartas.

Não paguei com cruzado.

Não trabalhei aos 14.

Não me sequei com saco.

Eu quero desistir, mas quero permanecer.

Não sei pra onde ir, não sei como fazer.

Cadê a desgraça sa aula de remo?! O penhasco é bem ali! B-E-M A -L-I!

Se me der um aplauso fico bem

Se me der um conselho fico bem

Me dando um espaço fico bem

Me dando um presente fico bem

Dando um tempo fico

Dando um prazer fico

20:06 as costas... é...

Mas o relógio está desajustado

Ganhei 3 min, enquanto você perdeu... perdeu... 22... perdeu a vida?

Espero que sim!

LizaBennet
Enviado por LizaBennet em 01/06/2019
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