Devoro-te

Ao Esfinge de Zeca Devebec:

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Eu te sorvo

No mistério dos meus olhos

E nas palavras que esqueço

De te contar

Nas areias do meu tempo

Nas torres das minhas coxas

Que guardam meu templo

E o meu avatar

Onde ajoelho nas orações

Repetidas da minha cela

Vestida do ouro de um sol sem peias

Guardado dentro do túnel escuro

Da minha funda cancela

Que exala perfume ao teu homem

Meu predador natural

Que busca o que enclausuro

Me desejando em suas veias

Com o fogo e raios que me consomem

Com os demônios que em mim levitam

E me vagam enquanto trituro

O primitivo animal

Que dentro do teu ser te agitam

Nas eras idas de memórias antigas

Do não vivido mas tão vivo

Que te faz aflito

Em conflito

Tentando desvendar

Um enigma tão fácil

De um abismo tátil

Que engole com paixão

O que me quer adentrar

Pelo vão

Se do pó viestes,

Pelo meu mel retornarás

Enquanto o devoro

No que em mim

Quer se revelar.

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