Cazuza.
Era uma vez um menino
Que aprendeu a voar
Tinha hélice nos pés
Nas mãos, balões de ar.
Logo cedo ele acordou,
Arrumou sua bagagem
Poucas coisas ali, cabiam
em sua trouxa pra viagem
Nas costas, as longas asas
Determinavam o destino
Que seria naquele dia
A aventura do menino
Seu nome era Cazuza
Miúdo e muito atento
Calças curtas, olhos vivos
Lá se foi rumo ao vento
Nadou em rios,
Deslizou na montanhas
Pescou estrelas brilhantes
Fez mil artes e manhas
Atravessou o arco íres
Assim que a chuva passou
E voltou depressa para casa
Tão logo a noite espiou
Ja em seu ninho se sonhos
Cazuza se fez tão real
Tomou sopa com torradas
Um gesto sempre normal
Era hora de despir_se
Das descobertas e planos
Guardar as asas num canto
E entregar-se ao sono
O menino Cazuza
Nasceria no outro dia
E voaria de novo
Tão longe o quanto podia
Em sua cadeira de rodas
A vida não lhe privava
De ser menino voador
E por isso...Cazuza voava.
(Márcia Ferraz)