PICO DA NEBLINA
Trago na palavra as ações do passado
— mil tatuagens que se espalham braço
a braço. Nas cenas em nós arquivadas
nas estantes da usina da cinzenta massa.
Tenho tudo bagunçado. Minhas agendas
são empoeiradas sob uma fuligem densa
que abafa a eletricidade desse nosso sistema
e impede a fórceps o verso de mirar no poema.
Trouxe todos para longe e enviei ao horizonte
dos próximos. Ataquei os tambores da noite
e dancei no fino da linha. Estive muito perto
do fim do ato, porém nem a isso eu me presto.
Terei nada não do que nunca tivemos, pois escrevo
as horas com rodeio: no novelo do meu ar rarefeito