SOBREPOSIÇÕES
Flutuam os tempos, os agoras misturados
e sobrepostos de um outro tempo presente
atrás do mesmo tempo que esfriou a brasa
do outrora nesse futuro que aflora fremente.
A fuligem espessa da rede embaça o vidro
do verso na penumbra da nuvem ametista.
O poema é o que levita quase luminescente
entre os ecos que eclodem do ex-sol quente.
O poeta apura os gumes profundos da adaga.
A estola turquesa da tarde. O hábito de prata.