Minha luz na escuridão.

Rio,16.06.2019

Minha luz na escuridão.

As vezes parece que

Perdi a mão da escrita,

Feito um velho escriba

vou redigindo o que me

Dita a vida, mas numa

Total automação.

Longe desse mundo

(Das palavras) em que habito,

Eu me sinto caindo num

Vácuo infinito onde parece

Não haver mais chão.

E é o mesmo louco

E velho mundo que me suga

Para uma realidade tão

Imunda, da qual tanto tentei

Blindar meu coração.

Minhas palavras tão profundas,

Vão se perdendo em

Expressões tão chulas,

Onde até a minha dor perde

A elegância e a coesão.

E me sinto um tanto Erasmo,

Nesse mundo em

que eu não me encaixo,

Sou mais um na multidão.

Eu devia ir morar dentro

De algum dos meus poemas,

Tipo um que retrate a beleza

De Ipanema ou um fluxo

De água cristanila a desaguar

Constante e retilínea

Na sossego da Natura.

Mas me resta essa penúria

De viver numa sociedade

Bem vestida e de alma nua,

Tão fria e sem motivação.

Meu tesouro ainda continua

Sendo a sua companhia,

Que me impusona a cada dia,

Ainda é o teu sorriso a minha

Luz na escuridão.