De onde vêm as interrogações?
DE ONDE VEM AS INTERROGAÇÕES?
O que será que vale a pena?
tudo que não envenena?
O que será que mantém em pé?
O soluço?
Um refri e um acarajé?
Dizem que as baladas animam
que quando o corpo sacoleja
a mente amolece
e quem merece?
Em tantos livros me afoguei
briguei com cada letrinha
brigando mesmo comigo
briguei um dia
até com aquele poema antigo
Hoje fiz as pazes com o mundo
e dizem até que sou zen
não uso incenso na meditação
mas ouço sempre o coração
extraio vazios
com peneira
para que com resíduos
eu encontre uma maneira
de aproveitar o que não é balada
e fazer da minha cabeça dura
caminhada
andarei ao seu lado
com aquele vestido de babado
que me cobre da cabeça aos pés
caminhos viabilizados, viés