EXUBERANTE VÍTIMA FLOR

Foi lançada por alguém, que desafeto!

Não se sabe a razão da insanidade

Seu minúsculo corpo no concreto

Estremece, em razão da crueldade

Eis que surge na rua, em pleno asfalto

Desmaiada, sofrida, agonizante

Mesmo assim desolada, em sobressalto

Exubera a beleza de um instante

Cada carro que passa traz um susto

Sobrevive por cuidado ou pura sorte

Pois nem sempre quem vive sabe o custo

De sua vida que enfeita o amor e a morte

E assim desprezada, à luz do dia

Não conhece atitude corajosa

Pois num mundo de tanta agonia

Há quem ouse acudir uma rosa?

(À uma rosa que vi lançada ao abandono no asfalto, na Rua Potengi, Natal/RN)