Entretenimento lúdico I

Entretenimento lúdico I

O justo já não me dá mais susto, pois que nada busco

Ando não mais em bando nem quando era mais brando

Um vai e vem se tem do além, mas sem vintém, como convém

Opinar é não falar para não criticar nem brigar

Discutir no ir e vir para servir sem ferir

E quem não cede, fede. E nada recebe!

Como conquistar um par para não parar de dar?

Como matar um ser sem receber e sem doer?

Quem se incomoda está na roda da moda

Vigiar e amar e sentar e chorar;

rir e vir e fugir de tanto ir

A face que não nasce e nada nem ninguém desgrace

O que coibir do rir no não-sentir?

Por que saber para nada ter com muito a perder?

Vem com cem, mas sem vintém

Rosado, cingido e alado

Voa e me perdoa

A intuição brota do coração e sempre em vão

Solta a revolta na volta

Sereno, terreno e moreno

Altivo, lascivo e ativo

Quente, ardente que só mente;

Verdade da caridade na castidade

Engenhoso, vaidoso, não corajoso

Vadio, sadio e o primeiro no rodopio

Temente, acusa a serpente doente

Jaz, lilás, em posição fugaz

Colorido, dolorido, estremecido

Arfando, soluçando, chorando

Grita e canta. Quer dançar e volitar

Rodopiado e maltratado; desfigurado e azarado

O mais belo da corrente sem elo e sem dente

Faz-me rir até fremir

de mim, é o fim!