Caixa Postal

Que coisa doida,

Eu estava uns dias atrás,limpando gavetas,bolsas,essas coisas de meninas, nós temos essas manias, daí encontrei uma caderneta, dessas pequenas, pra se anotar bilhetes rápidos, comecei a folear, era da época do Museu,tinha ali tantos dados,contatos,formulários,vocábulos e bem no meio,onde fica os grampinhos que uni a coisa toda,estava um endereço...

"Quero que anote e um dia envia-me uma carta,quero conhecer sua letra."

A carta mil vezes foi escrita e destruída.

Era injusto depois de tudo.

Era infantil mesmo não dito.

Era impróprio.

Eu lembro de algumas frases, do toque da caneta em minha mão, do nervosismo me fazer morder a tampa algumas vezes em busca da melhor rima e então num gesto racional,fazê-la em mil pedaços.

Ali jaz o endereço que sequer sei se é verdadeiro,

De uma ilusão

Daquele passeio

Do menino de mil faces e nenhum coração.

Ali jaz uma lembrança do que um dia foi esperança de uma menininha temerosa.

Guardado entre os poucos tesouros, entre fotos,cartas,cartões e outros descansa as conversas interurbanas,as letras de melodias, as rimas, as confissões, as divagações, as fantasias...

Banhadas em lágrimas saudosas do adeus não dito,(mal)dito,cabido,descabido, preciso...

Trancado no armário, jaz em repouso muita coisa que um dia foi nada que poderia ter sido tudo.

By Lilyth Luthor

Lilyth Luthor
Enviado por Lilyth Luthor em 25/06/2019
Reeditado em 25/06/2019
Código do texto: T6681033
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