AO SOL

AO SOL

Sentado ao sol

Aqueço pele e ossos

O dia passa manso

Entre o nada e lugar algum

Compromisso nenhum

Leio Mallarmé

Esforço-me para entender

Ergo Brinde à minha ignorância

Desde sempre última instância

De verbos que não rimo

De versos que não conjugo

E estando sob o jugo

Do tempo de relógios

Saúdo ampulhetas

De outros tempos

Em que pensamentos refinados

Verdadeiros labirintos

Eram qual absintos

Misteriosos de aromas

Presentes em frascos de ilusão

Um lance de dados

O acaso em jogo

Sob as cinzas da concretude

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 08/07/2019
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