Vagalume

Estou coberto pela minha madrugada.

Voando feito esse inseto escuro que sou.

Nunca sei se era sua cinética parada

Ou então era a minha estática que andou.

Mas não importa, nosso passado está,

Onde sempre deveria está, tão pretérito,

Que não somos nem lembranças soltas no ar,

Tampouco, esses monstruosos anjos de Evangelion.

Eu era aflito e ferido por uma abelha,

Perdida nesse vasto mundo de zangados,

E decerto, o que não merecia era espreita

De minhas quimeras e jamais de seus braços.

Eu realmente sou apenas um negro inseto

Mas na noite vazia trago uma centelha

Desenho no escuro sujeito, objeto,

E mato ilusões de fogo frente à abelha.

Luíc Araújo
Enviado por Luíc Araújo em 11/07/2019
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