Sussurros do silêncio
Muito silêncio
entre os tantos que há
Silêncio sobre as águas frias
Silêncio na boca do vulcão
Silêncio em quem quer escutar
nas veias, a alegria
e pulsar mais o coração
Há o silêncio fátuo
o que obscuro é hiato
Silêncio do relato
do ato morto
Silêncio oriundo
do fim do mundo
silêncio de cada barco
passado ou futuro
no porto
Há um silêncio voraz
nas vozes que escuto
lábios de pensamentos curtos
coisas demais
para menos importância
Há o silêncio por gosto
Há o silêncio imposto
Há o silêncio por ignorância
Há até silêncio demais
nas intenções de grito
Há um infinito
de silêncio não dito
Um silêncio perdido
quando achado, esquisito
Um silêncio de música
de qualquer súplica
Um silêncio arenito
Há esse poema estranho...
cada letra é um rebanho
num pasto de palavras
essas morrem
quando na tentativa de som
nada destravam
Há tons de silêncio
todos perniciosos
mesmo quando o que é escrito
nunca acaba
Há silêncio
entre as folhas da mata
entre o que morre
e o que mata
entre os índios trancados em tabas
Há silêncio nas mansões
muito mais nos casebres...
Por agora emudeceu
a prepotência dos patrões
A ciência desconhece a febre
na cabeça baixa dos peões
Há um silêncio
em meio aos policiais
não há a violência
pregada por corruptos, ladrões...
Há um silêncio insano
mas não contrário
ao ordinário
exercício político, humano
praticado em ações capitais
Há um silêncio de voto
por quem é devoto
desses tais
Há silêncio
por todos os lados
na frente, atrás...
silêncio que silencio demais
quando penso
horas a fio...
o que não digo
O silêncio malicioso faz
da minha boca
o melhor abrigo
Há silencio
não por segredo
não por medo
por cada cômodo da casa
em cada poeira do chão
As aranhas tecem o silêncio
e o silêncio
se transforma em cutão
Por detrás dos moveis
há o pior dos silêncios
pois entre cupins
há os afins da solidão
13-07-2019
13h44min
Muito silêncio
entre os tantos que há
Silêncio sobre as águas frias
Silêncio na boca do vulcão
Silêncio em quem quer escutar
nas veias, a alegria
e pulsar mais o coração
Há o silêncio fátuo
o que obscuro é hiato
Silêncio do relato
do ato morto
Silêncio oriundo
do fim do mundo
silêncio de cada barco
passado ou futuro
no porto
Há um silêncio voraz
nas vozes que escuto
lábios de pensamentos curtos
coisas demais
para menos importância
Há o silêncio por gosto
Há o silêncio imposto
Há o silêncio por ignorância
Há até silêncio demais
nas intenções de grito
Há um infinito
de silêncio não dito
Um silêncio perdido
quando achado, esquisito
Um silêncio de música
de qualquer súplica
Um silêncio arenito
Há esse poema estranho...
cada letra é um rebanho
num pasto de palavras
essas morrem
quando na tentativa de som
nada destravam
Há tons de silêncio
todos perniciosos
mesmo quando o que é escrito
nunca acaba
Há silêncio
entre as folhas da mata
entre o que morre
e o que mata
entre os índios trancados em tabas
Há silêncio nas mansões
muito mais nos casebres...
Por agora emudeceu
a prepotência dos patrões
A ciência desconhece a febre
na cabeça baixa dos peões
Há um silêncio
em meio aos policiais
não há a violência
pregada por corruptos, ladrões...
Há um silêncio insano
mas não contrário
ao ordinário
exercício político, humano
praticado em ações capitais
Há um silêncio de voto
por quem é devoto
desses tais
Há silêncio
por todos os lados
na frente, atrás...
silêncio que silencio demais
quando penso
horas a fio...
o que não digo
O silêncio malicioso faz
da minha boca
o melhor abrigo
Há silencio
não por segredo
não por medo
por cada cômodo da casa
em cada poeira do chão
As aranhas tecem o silêncio
e o silêncio
se transforma em cutão
Por detrás dos moveis
há o pior dos silêncios
pois entre cupins
há os afins da solidão
13-07-2019
13h44min