DEVANEIOS A DOIS
Chove na madrugada
Enquanto o sono não vem
Espio pela janela
É verão, a chuva quebra o silêncio noturno
E desperta meus fantasmas adormecidos
Minhas recordações já não me dizem mais nada
Hoje, prefiro não tê-las
O silêncio da madrugada, vez ou outra
É interrompido, pelo barulho da chuva no telhado
Prefiro o silêncio...
Diante da vidraça, fico emudecida
Ao ver a imagem refletida
Nela, vejo-me como um ser irreal
Ao meu lado estás... real
Tento tocá-lo, mas é distante tua presença
Entristecida, lanço um beijo ao léu
Sentes... eu te sinto...
O barulho da chuva, traz-me de volta a realidade
Tento adormecer, e tornar real o sonho
Antes, desperta.