Flores urbanas
Pés pisoteiam
Ladrilhos empoeirados
Passando universos ocos
Calados em cubos
E barreiras demarcatórias
Sobre o ciclo repetitivo das horas
E seus ponteiros girando intermitentes
Não devia esquecer
As florestas que brotam crescem e extinguem
Enquanto fazem as mesmas coisas
Processos de regimentos burocráticos
Produtores inertes
De registros estatísticos
O sol intenso aplaca a face
Observando o torpor maquinal
Regido pela dureza
Que cataloga os dias
Crenças e ídolos
Silos metálicos estridentes
E olhos virtuais sobrevoam
Espíritos frenéticos
Entre o ventre soturno
Das engrenagens urbanas
Mal se explica
A respiração do espírito
Na boca que tremula ansiosa
Sem exprimir qualquer murmúrio