Albergue do Amor

O tempo - imperturbável em seu caminhar -
aveluda melodias na balaustrada da vida.
Meu mundo se inquieta e ao mesmo tempo se acalma
nesta gôndola que bate em meu peito.
Talvez porque ouviu o que deixou ser ouvido:
um egrégio despertar para as profundidades do sentir.

Dou loas à vida e é na sobrevida que abro as cortinas
de meus pra dentro e transbordo minhas densidades
- o albergue do amor.
Revelo meus clandestinos, escondidos lugarejos interiores.
Depois... espero o falar silencioso dos terraços do dia,
enquanto este onírico momento banha de paz o meu poetar...