NITRO, CAVALO FUTURISTA
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Vomitado junto às lavas do Vesúvio,
seu nitrido é ribombo de trovão
e esse equídeo descendente do dragão
feito auge veio à tona no dilúvio.
Obra-mestra gravada por Apolo,
graça e força no bicho se misturam,
e, quais chispas que céus ocos perfuram,
ligam trópicos -seus cascos- com o pólo.
Argamassa de esnobismo e de nobreza
teme mais reprimendas do que o risco,
e com sangue fervente de conquista
voa em busca de fama e de proeza.
Este é Nitro, demônio de corisco,
não barroco, mas trem-bala futurista.