Plasticidade vil

Plasticidade vil

Eis que nossa moralidade apática

Deteriorada por diversidades outras

Torna-se plástica e modulável

Algo irreconhecível no final

Somos filhos da incoerência

Aceitamos o errado pela incapacidade

A insopitável determinação de sermos aceitos

Modulados ante uma sociedade podre

Defrontemo-nos com um abismo

Perdidos entre o certo e o social

Consciência pesada

Ao mesmo tempo em que a ignoramos

E o veneno espalha-se

Paulatinamente, despercebidamente

Transformamo-nos em servis

Reféns de nossa imoralidade

Cativos em nossa pútrida necessidade

Somos culpados

Somos arrogantes

Somos massa moldável

Somos um absoluto viés de querência

Apenas aguardando nossa refeição

Ração que tomas por banquete

Não somos nada

A não ser uma pobre ideia

Que Deus lançou na terra

Esperançoso de nossa mudança

E nessa plasticidade vil

Vamos galgando, passo a passo

Para o inferno em terra

Inferno em consciência

Para nossa queda em desgraça

Ao nada finalmente

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 23/07/2019
Código do texto: T6702544
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