Meia-Vista

Nunca sei quando é a metade do caminho

na ida e na volta

Rostos presos em ruas e seus olhos de vidro

na volta e na ida

Não sei quantas dessas paisagens distantes

carimbam um futuro próximo

Do que valem minhas passagens errantes?

Sem o álcool e o fósforo

Jamais meus pés conhecerão todo esse trajeto

como meus olhos conhecem

Mantenho a dúvida eterna, se sou parte ou resto

quem avisa para aqueles que adormecem?

Dou alguns passos para lá

Vivo uma avenida de cada maneira

Vem uma memória aleatória em uma face qualquer

Abraço minha desconcentração rotineira