DESASSOSSEGO

Senti-me entediada o dia todo

Sentia falta de algo

Uma presença que não estava

Um querer que alimentava

Fazendo doer a alma

Um suave perfume

Atingiu as minhas narinas

Provocando arrepios

Um, quase toque na pele

Mas o dia, estava tão apático

Do lado de fora da vidraça

Não havia luz, céu cinza, frio

Flores murchas e um nada

Do nada, que havia, invadiu-me

Caminho no meu casulo secreto

Tecido, com rendas do nosso amor

Onde as cortinas do tempo

Cerraram-se para sempre

Num gesto de delicadeza

De agradecimento aos céus

Isolando-me, do mundo lá fora

Uma canção sofrida ao longe

Distanciando cada vez mais

Em respeito ao meu desassossego

Calou-se, para sempre

Deixando-me adormecer

Num canto, sem canto

Sem risos

Sem esperanças

Sem mim!

MARIA LUIZA VERONEZE GUARNIERI
Enviado por MARIA LUIZA VERONEZE GUARNIERI em 29/07/2019
Reeditado em 21/04/2021
Código do texto: T6707260
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.